O Quadro Geral de Distribuição (QGD), frequentemente chamado de quadro de disjuntores, quadro elétrico, ou quadro de força, é uma peça central em qualquer sistema elétrico predial.
Sua função principal é servir como o ponto de recepção da energia vinda do ponto de entrada (como o poste do medidor), canalizando-a por meio de dispositivos de proteção e, em seguida, distribuindo-a de maneira segura e organizada para todos os circuitos e pontos de consumo do imóvel.
Segurança e Riscos: A Instalação Adequada
A relevância do QGD vai além da mera funcionalidade, sendo crucial para a segurança. Um estudo realizado em 2016 no Estado de São Paulo destacou um dado alarmante: as instalações elétricas precárias ou inadequadas representam a segunda principal causa de incêndios.
Além dos prejuízos materiais causados por incêndios, a pesquisa também chamou a atenção para a segurança das pessoas.
Quadros de distribuição que não oferecem proteção contra o contato direto (ou seja, com partes energizadas expostas) são um risco sério de choques elétricos. Garantir que o QGD esteja conforme as normas é um passo fundamental para mitigar esses perigos.
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Altura de instalação do Quadro de Distribuição Elétrica (QDE)
Para garantir a funcionalidade, a segurança e a conformidade, a instalação e o uso dos quadros de distribuição devem observar uma série de critérios técnicos e práticos:
- Acessibilidade e Identificação: O quadro deve ser instalado em um local de fácil e desimpedido acesso (como corredores ou halls). Áreas de acesso restrito são inadequadas, pois podem impedir o desligamento de emergência ou dificultar manutenções necessárias. Além disso, o QGD precisa ter identificação clara e visível na sua parte externa.
- Identificação dos Circuitos: É essencial que os componentes internos, especialmente os disjuntores, e os circuitos correspondentes sejam claramente identificados. Isso permite que o usuário saiba, de forma inequívoca, qual disjuntor controla a energia de um cômodo, aparelho ou área específica da casa.
- Previsão para Expansão: É prudente que o quadro possua espaço de reserva adequado. Ele deve ser dimensionado não apenas para atender a demanda elétrica atual, mas também para comportar futuras ampliações do imóvel ou do sistema elétrico.
Quanto à altura de instalação, embora a norma técnica brasileira (NBR 5410) para instalações de baixa tensão não estabeleça um valor rígido, a prática mais comum é instalar o QGD entre 1,50 e 1,60 metros do piso acabado. Essa faixa de altura é escolhida por otimizar a ergonomia, facilitando o acesso e a manutenção.
Orientações para a Escolha do Quadro
Muitos quadros elétricos são embutidos na alvenaria, o que torna sua substituição um processo trabalhoso que envolve obras. Portanto, a escolha do modelo ideal requer atenção aos seguintes detalhes:
- Resistência ao Fogo: O quadro deve ser fabricado com materiais que não propagam chamas, um requisito básico de segurança.
- Espaço Interno Amplo: Dê preferência a modelos com amplo espaço interno para a passagem e acomodação dos cabos. Lembre-se que um QGD com mais “postos” (espaços para disjuntores) exigirá mais cabeamento, necessitando de um volume interno proporcionalmente maior para uma organização eficiente e para evitar o superaquecimento.
- Fixação dos Dispositivos: Opte por quadros que utilizem trilhos DIN metálicos para fixar os dispositivos de proteção. Trilhos plásticos tendem a ser menos resistentes e frágeis, comprometendo a segurança da fixação.
- Organização e Conexão: A presença de barramentos de neutro e terra é fundamental. Esses barramentos são peças cruciais para assegurar uma montagem interna correta e um arranjo organizado dos condutores, garantindo a eficácia dos sistemas de proteção (aterramento e neutro).
